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Mostrando postagens de abril, 2014

Notas

No meu mundo imaginário, eu tocava. Era a melhor forma de fugir de mim mesma. Eu adorava entrar na melodia e ficar navegando por horas naqueles sons que sempre me inspiravam. Eu escrevia e tocava. O órgão, era ele o responsável por manter meu desejo de continuar. Na verdade, fazia tudo isso pela minha vovó. Eu adorava tocar pra ela. E ela adorava me ouvir tocar. Não havia forma melhor de fazê-la feliz que tocar. Ela cantarolava todas as músicas, por mais que ela não conhecesse.  Ela inventava os sons e os sons inventavam a melodia. E era essa a forma de falarmos que nos amávamos com toda nossa alma. Eu tocava pra ela e tocava pra fugir de mim. E eu gostava de ouvir as notas musicais fazendo da música uma arte. E na inspiração, novas claves de sol se   formavam e a melodia flutuava por ela mesma. Eu não queria mais fugir. E no final, a música só me aproximava. E era assim, minha família musical me fez melhor com esse órgão, que passou a ser pa